Você é bom em quê?

Você é bom em quê?

Eu tenho 26 anos, mas desde os meus 22 venho planejando e construindo minha carreira de forma consciente, executando uma estratégia que se aperfeiçoa com o tempo. Já escrevi um artigo robusto contando o mapa desse planejamento, basta acessar aqui embaixo.


Relacionado:A estratégia para uma carreira foda.


Já acumulei várias histórias ao longo do caminho; participei de projetos incríveis; conheci pessoas que eu não pensei que conheceria tão jovem; consegui meu primeiro emprego usando justamente as experiências que escolhi viver na universidade; fiz uma transição de carreira suave para trabalhar com inovação; e lancei oficialmente meu negócio digital – o Falatória – em maio de 2019, tendo ao meu lado a sócia que disse teria lá em 2015.

Até aqui, o plano vem dando certo, graças a Deus (e a muito esforço de execução).

Mas esse artigo não é sobre mim

Esse artigo é para te mostrar em detalhes o primeiro passo dessa jornada de gestão de carreira, caso você já esteja cansado de “deixar a vida te levar” para um lugar que até agora você nem sabe qual é.

Às vezes sua rotina frenética te aliena e mantém na esteira de produtividade que apenas alimenta o próprio sistema. Seus sonhos, bem-estar, paixões e outros aspectos da vida são colocados de lado, pois nos momentos livres que você tem para pensar, sua mente está tão exausta que simplesmente não sai nada…

Espero que esse artigo seja um momento breve, mas intenso, fora do loop.

A pergunta fundamental é a mais difícil

Desde março de 2019, eu sou mentor de alguns jovens e venho compartilhando minha maneira de gerir e, principalmente, pensar sobre carreira.

Na primeira dinâmica que faço, eles tem que responder 4 perguntas simples, mas a primeira é a mais difícil. Não porque necessite de alta carga intelectual, mas é a que fará o cérebro destravar um modos operandi que dura anos.

Você é bom em quê?

O silêncio que se segue demora uns minutinhos, até que vem a replica:

“Bom” em que sentido? Pessoal ou profissionalmente falando?

Esse é o sinal da ferrugem cerebral. A massa cinzenta está tão condicionada a ver a superficialidade da rotina que vivemos, que a pergunta tem que ser direcionada, se não o Tico e Teco se estranham. Eu simplesmente falo:

Os dois. Tanto faz qual você quer começar… Mas os dois são importantes.

Mais alguns minutos de silêncio até que começamos a colocar no papel atividades bem executadas, aptidões, elogios que as pessoas vão dando em algumas situações, algo que aprendeu e domina até hoje etc.

Aqui vai meu exemplo pessoal para te ajudar a entender o conceito

Quando pensamos nos cursos de ensino superior para seguir carreira, a certeza que eu tinha era o que eu NÃO era bom.

Eu não podia lidar com nada da área biológica e médica porque eu passo mal ao ver sangue. Eu fiz um preparatória para concurso público no ensino médio e não conseguia absorver de jeito nenhum aquelas leis infinitas, com um monte de exceção a regra. Direito também não ia rolar, ou alguma matéria que teria que ler muuuuuita coisa para poder prosseguir como História, Filosofia, Letras etc.

Agora, se tivesse um problema para resolver, era comigo mesmo. No pré-vestibular, eu devorava o livro de matemática e raciocínio lógico. Se eu não conseguisse terminar ainda na aula, ia pensando no ônibus até dar aquele estalo e resolver a questão. Me formei Engenheiro em julho de 2018 e sou Hacker de Inovação Aberta resolvendo problemas complexos de grandes empresas.


Relacionado: Zona de desconforto: onde os milagres acontecem.


Outra coisa que eu mandava bem era explicar um conceito que eu havia entendido. Eu sempre fui tímido e calado em aula, mas nos seminários (ou quando explicava algum documentário da National Geographic para minha mãe) era muito elogiado pela minha didática em simplificar conceitos complexos. Hoje tenho um curso de comunicação pessoal, dou treinamentos corporativos e palestras em eventos.

Sempre fui muito observador e tinha rápida percepção do ambiente em que estava inserido. Tenho fácil leitura das dinâmicas interpessoais, gosto de absorver o que ouço e conectar os pontos, buscando padrões que posso usar como base. Minha capacidade analítica me gerou um bom desempenho como auditor e no relacionamento com clientes da KPMG.

Nunca fui o camisa 10 do time de futebol da escola, mas sempre fui escolhido como o jogador que dava equilíbrio ofensivo e defensivo ao time, ditava a cadência do jogo, “o segundo volante de saída limpa”. Sempre me inspirei no meio-campista espanhol Xavi Hernandéz. E assim se dá meu relacionamento com as equipes que trabalhei: sempre fui mais cerebral que genial, mantendo a calma em momentos de pressão e contribuindo com assistências para gol sempre que podia.

Converta suas aptidões em valor

O mercado de trabalho paga o teu salário para resolver algum tipo de demanda mal suprida. Quando falta pessoas com a sua habilidade, o valor pela tua hora aumenta, mas quando sobra capital humano…

Quando você for pensar no que você é bom, pense em como você gera valor para o mundo. O ambiente ao teu redor fica melhor com você dentro por quê?

Não adianta você ser apenas bom, se isso não paga suas contas no fim do mês, concorda? Você pode reverter isso em atividades voluntárias, caridade ou apenas num hobby mesmo, mas você precisa de comida na mesa e um teto para morar, certo?


Relacionado:Como conseguir um emprego sem experiência.


Nos exemplos que dei, eu digo como eu reverti isso a meu favor e gerei valor para o ambiente que estive (ou estou).

Desdobre isso para a sua realidade, sua vida, o ser humano único e complexo que você é. E pense nisso todo dia, pois a pessoa que você é hoje não é a mesma de ontem.


Quer receber meus e-mails de conteúdo?Se cadastre aqui!

Odeio spam tanto quanto você, mas toda quinta-feira envio para minha lista alguns links com novos textos e outras coisas legais que vi naquela semana.


Siga Christiano Lins Pereira no LinkedInInstagram e YouTube.

Sou Sócio Fundador doFalatória, programa que ensina os pilares de oratória, storytelling e persuasão combinados numa lógica de comunicação pessoal altamente eficaz para se destacar em processos seletivos, vendas, reuniões corporativas, networking, trabalho em equipe, liderança e, claro, palestras.

Meus cursos e oficinas já ajudaram as carreiras de alunos dos mais variados níveis de experiência. Confira na seção de “Recomendações” no meu perfil do LinkedIn os depoimentos de quem já participou.

Deixe um comentário

You have to agree to the comment policy.