Fluência em língua estrangeira: como você responde o seu nível?

Fluência em língua estrangeira: como você responde o seu nível?

Imagina uma pessoa que deixa o seu chefe com medo de ser demitido. Um profissional extremamente competente tecnicamente, cujo único objetivo é achar erros no trabalho árduo e exaustivo realizado pela equipe do seu chefe ao longo de 1 ano inteiro.

E esses erros (que serão encontrados, não tenha dúvida) podem ter consequências catastróficas.

Agora visualiza um time com vários desses especialistas, de diversas partes do mundo: dois argentinos, um inglês, um escocês e um indiano (que se dizia australiano).

Em agosto de 2018, eu e minha equipe passamos 2 semanas, das 9h às 21h, envolvidos nesse processo de revisão, explicações intermináveis e detalhamento dos procedimentos e trabalhos que executamos no ano anterior.

Sob minha responsabilidade estavam áreas muito técnicas do ramo de óleo e gás e que tinham normas de auditoria tão complicadas quanto.

Não tinha jeito: a única forma de todos se entenderem era por meio da língua inglesa.

Porém, contudo, todavia, entretanto, uma palavra mal colocada, uma dupla interpretação ou um conceito mal explicado podia gerar uma série de dúvidas e questionamentos que seria a receita pro caos.

O meu nível de inglês nisso tudo?

Bom, passar duas semanas dando explicações delicadas desse jeito, medindo palavras pra não falar merda, adentrando temas específicos de petróleo e auditoria de demonstrações financeiras para pessoas de 4 nacionalidades diferentes entra em qual nível na régua de fluência?

Se eu falei bonito como um nativo? Com certeza não!

Mas tenho pela confiança que me fiz compreender e contribui para o resultado do processo de revisão do trabalho de toda a equipe.

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E aí, você ficaria convencido que possuo um nível de inglês adequado depois desse storytelling?

Meu intuito contando este caso é mostrar que um experiência que demonstra determinada competência vale muito mais em um processo seletivo do que apenas citar atributos próprios sem ter um parâmetro adequado de comparação.

Vamos ser honestos? Ninguém sabe definir o que é fluência em uma língua estrangeira… Acredite, ninguém sabe!

Uns acham que é falar como um nativo, citando versos de Shakespeare e apresentando vocabulário tão extenso quanto o dicionário de Oxford.

Outros apenas que você consiga expressar seus pensamentos em uma reunião ou apresentação, sem sair xingando ninguém a torto e a direita.

Vai depender da empresa, vai depender do grau de exigência (ou humor) do recrutador, sendo que em muitas vezes vão te exigir inglês e você nunca vai usar de fato.

De qualquer forma, essa é a forma que eu adotei pra responder essa pergunta. Se você gostou da técnica e quer aprender mais sobre storytelling, aqui eu explico como aprendi com os melhores no assunto.

Uma história bem contada é muito eficiente para despertar engajamento e atenção, além de despertar gatilhos mentais de autoridade ao apresentar casos reais. Neste caso, conto em detalhes como aplico meu nível de inglês na minha rotina de trabalho e extraio valor dessa competência para solução de problemas reais.

Óbvio que depois de você falar algo do tipo, muitos recrutadores vão começar um diálogo em inglês (ou qualquer outra língua) pra te testar.

Mas que fique claro, também, que o resultado que sair dali não retratará duas semanas constantes de conversação. Dez minutos de diálogo em uma entrevista não faz seu cérebro entrar “no modo inglês” como duas semanas passando dez horas/dia pensando e falando inglês com tal nível de pressão e estresse associado.

Concorda?

Se a “contação dessa história” for bem feita e deixe claro esse aspecto, o recrutador também terá esse senso (ou pelo menos, um bom recrutador, deveria). Dez minutos de inglês numa entrevista é uma aplicação muito inferior do seu inglês na rotina de trabalho do que a que acabei de retratar.

De qualquer forma, no final, eu digo que “não falei um inglês bonito”, mas que “feito é melhor que perfeito” e foi mais do que suficiente pra gerar valor.

Espero que tenha ficado claro o poder de uma boa história por fazer dentro de um processo seletivo. Seu poder de engajamento e contribuição vai muito além do que está escrito e dito… As entrelinhas contam muito!

Uma experiência bem contada é mais valiosa do que ficar citando qualidades vazias por aí.

Oi, prazer, eu sou o Chris.

Produzo conteúdo e cursos sobre oratória aplicada ao mercado de trabalho.

Faço mentoring de jovens profissionais que desejam planejar uma carreira cheia de propósito e autoconhecimento, construir uma marca pessoal forte e mostrar diariamente todo seu potencial.

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