Como conseguir emprego sem experiência

Você é um jovem universitário, com mais espaço em branco no currículo do que gostaria e sente dificuldade de conseguir um estágio porque todos pedem “a tal da experiência”?

Ou você é um profissional que quer mudar de carreira, estar envolvido em outro setor ou posição, mas seu background te mantém preso às antigas rotinas e funções?

Após uma grave crise econômica que durou 5 longos anos, tempo de um universitário entrar e sair da faculdade sem ter uma oportunidade sequer de estágio, essa é uma dor enorme de aspirantes e profissionais do mercado.

E a pergunta que não quer calar é: COMO CONSEGUIR UM EMPREGO (OU SE RECOLOCAR EM UMA NOVA FUNÇÃO) SEM EXPERIÊNCIA PRÉVIA?

Dia desses vi esse vídeo aqui do Gary Vee, um guru de empreendedorismo e marketing dos EUA, respondendo essa pergunta ao vivo em seu podcast.

Trabalhar de graça não mata ninguém

Eu acredito que trabalhar de graça (ou quase) seja a forma “mais rápida” de conseguir a vivência em determinada competência para reverter em oportunidades de carreira ou negócios.

Porém, contudo, todavia, entretanto, isso tem que ser um movimento estratégico de carreira e não simplesmente se tornar um escravo dos outros.

Minha mãe sempre diz que eu trabalho muito pros outros, não recebo muita coisa em troca e fico ultra mega sobrecarregado. Quem me conhece sabe que convite pra um happy hour na quinta depois do expediente tem que ser formalizado por e-mail com uma semana de antecedência. Caso contrário, a chance de eu furar é alta…

Na maioria dos casos eu me envolvo em projetos paralelos (próprios ou não) em que realizo funções novas, estou em contato com novos profissionais, que não tem retorno financeiro no curto prazo, mas me enchem de histórias para contar pra qualquer recrutador em Starbucks.

No fim das contas, “a tal da experiência” nada mais é do que isso: histórias reais que você viveu e que serão uma forma tangível de mostrar as habilidades e competências necessárias pras novas funções que você está buscando.

Vou te contar dois casos pessoais em que isso me valeu grandes oportunidades de carreira.

Trabalho voluntário na Empresa Júnior

Sim, eu investi dois anos da minha vida trabalhando de graça na P&Q Engenharia Jr. Lá nós dizemos que “não saímos ricos, saímos caros”.

Ainda nos primeiros períodos da faculdade, eu puder ter contato com habilidades comerciais de vendas e negociação de contratos de prestação de serviços de análises químicas e de petróleo para grandes empresas.

Ampliei meu networking com universitários e profissionais de diversos estados e segmentos de mercado, aprendi a trabalhar em equipe, planejar e executar projetos com prazo, escopo e orçamento definidos, liderei uma empresa de umas 50 pessoas ao longo de 2015.

Trabalhei muitas horas além das aulas do meu curso de Engenharia, passei muitos fins de semana em eventos e imersões de equipe, estudei muito conteúdo sobre gestão e empreendedorismo – tudo de graça!

No fim, eu peguei toda essa minha bagagem de gestão empresarial e consegui reverter em credenciais para trabalhar na empresa de consultoria que estou hoje – a KPMG Brasil.

Na entrevista que fiz com o sócio daqui, contei sobre o que eu fazia, o que eu sabia e como achava que podia gerar valor, sempre tendo como base as histórias que suportavam a minha narrativa.

De auditor financeiro a hacker de inovação

Aqui é um exemplo de mudança de carreira dentro da minha firma.

Voltei de férias no ano passado e participei de uma reunião onde foi mencionado um projeto de inovação e transformação digital que estava rolando no escritório de São Paulo e os líderes do escritório do Rio estavam querendo trazer pra cá.

O problema é que não tinha ninguém pra operacionalizar a coisa. Eu levantei a mão, disse que tinha interesse em saber mais sobre e que toparia ajudar.

Sempre quis trabalhar com inovação (meu TCC foi sobre o tema) e essa chance era perfeita pra mim.

Eu não ganhei nenhum centavo a mais pra acumular essas tarefas ligadas a inovação e rodá-las em paralelo.

Rodei um estudo de mapeamento de startups, participei de eventos do tema, comissões setoriais que discutem formas de fomentar inovação e pronto!

Minha motivação pelo tema e vontade de estar envolvido me fez hacker de inovação na Leap (KPMG & Distrito) desde fevereiro e já pude participar projetos iradíssimos desde então.

Ninguém mais pode tirar isso de mim e é o que me torna único perante outros concorrentes, sacou?

Ok, mas como você pode começar?

Bom, mesmo você querendo trabalhar de graça, não se assuste quando recrutadores acharem sua iniciativa maluca e “não serem autorizados a aprovar pessoas assim”.

No meu último artigo, mostrei que a maioria dos recrutadores pede atitude, vontade de mostrar trabalho e disposição de aprender, mas pode ser que na hora H muitos não tenham culhões pra assumir a responsa e fazer valer os conselhos de autoajuda que disseminam por aí.

É o famoso “expectativa x realidade” do processo seletivo, sabe?

Enfim, aqui eu deixo as dicas do Gary Vee (e que meu histórico prova que funcionam).

1. Mapeie de 50 a 100 empresas da sua região que possuam posições relacionadas aquelas que você deseja trabalhar;
2. Entre em contato por diferentes meios falando que está disposto a trabalhar gratuitamente (ou por um valor simbólico);
3. Procure por startups ou pequenas empresas que possuem menos burocracia, mais trabalho do que gente pra executar e mais flexibilidade de horários.
4. Se você for universitário, busque atividades complementares como Equipes de Competição, Empresas Juniores, Programas de Ensino e Tutoria, Projeto Enactus, Ligas Empreendedoras etc.

Sim, você vai trabalhar bastante sem ver retorno financeiro e as pessoas próximas a você irão te criticar, mas seu aprendizado será enorme e as histórias que você terá pra encantar os recrutadores não têm preço.

Oi, prazer, eu sou o Chris.

Produzo conteúdo e cursos sobre oratória aplicada ao mercado de trabalho. Faço mentoring de jovens profissionais que desejam planejar uma carreira cheia de propósito e autoconhecimento, construir uma marca pessoal forte e mostrar diariamente todo seu potencial.