Recrutadores contam quais os principais erros em processos seletivos

Recrutadores contam quais os principais erros em processos seletivos

Sala lotada com 120 jovens de diversos perfis, sexo, orientação sexual, formação acadêmica e níveis de experiência.

Todos eles com um desejo em comum: absorver o máximo de dicas para entender o que passa na cabeça de um recrutador e como melhorar seu desempenho em processos seletivos.

Foram 2 horas de muito conteúdo, os recrutadores abrindo o coração e dando respostas bem diretas para perguntas feitas pela plateia. #nofilter

No artigo de hoje, farei a síntese dos principais insights levantados para que auxilie no seu preparo para conquistar sua tão sonhada vaga de estágio/emprego.

Quem são os recrutadores?

A mediadora do painel foi a Alessandra Simões, Headhunter e Sócia na Weplace Search & Leadership, especialista que será entrevistada para o conteúdo do Programa Falatória

Tivemos como convidadas a Carla Diniz, Diretora de Gente e Gestão na NTS; Gabrielle Botelho, Líder Sênior de Desenvolvimento Organizacional na Equinor; Jaqueline Fonseca, Gerente de Gestão de Pessoas na SBM Offshore; Tais Rangel, Gerente Sênior de RH da ABS para América Latina; e Fábio Martins, Especialista em Desenvolvimento Humano e Organizacional da Total.

(Des)Preparo de candidatos para o processo seletivo

Logo de cara, a Alessandra (como de costume) já tirou todos os 120 jovens presentes da zona de conforto perguntando “quantos fizeram o dever de casa e pesquisaram sobre os recrutadores e suas empresas no LinkedIn para trazer dúvidas e perguntas?”

Apenas 10 pessoas levantaram o braço! Isso mesmo: 10 pessoas de 120.

Esse é o mindset dos jovens que buscam oportunidades hoje em dia, sendo que essa falta de preparo foi reforçada logo em seguida pelos recrutadores.

Conhecimento técnico virou commodity

Sim, você ter uma formação acadêmica parruda, com cursos complementares e alguns certificados pra determinadas áreas não passam de pré-requisitos da vaga. Se você tem, bom pra você. Se não tem, tenta na próxima. Isso se deve a duas linhas de raciocínio básicas.

Na primeira, o mínimo esperado do profissional é que ele tenha o arcabouço técnico necessário para executar suas funções e atividades. A empresa vai agregar experiência ao profissional, mas não pegar em sua mão e ensiná-lo a andar.

O segundo ponto é que o mercado está com mais oferta de mão de obra que demanda. Ainda está meio nebuloso se um dia retornará aos tempos áureos onde não se formavam tantos profissionais quanto a indústria gostaria.

O jeito certo de garimpar oportunidades

Geralmente, buscamos emprego nas empresas mais famosas dos setores ou indústrias que temos formação ou desejamos trabalhar, certo? O problema é que você e a torcida do Flamengo inteira está aplicando pra mesma vaga.

Existe uma infinidade de oportunidade que não é divulgada em sites de vagas por serem em empresas de pequeno e médio porte da cadeia de suprimento dessas companhias mais conhecidas.

Muitas delas são multinacionais e faturam alto, tem boa presença no mercado brasileiro e podem contribuir com grandes experiências para o desenvolvimento da carreira do profissional.

Para esses casos, o networking com funcionários e busca de informações em material institucional são estratégias mais assertivas para garimpar oportunidades.

Domínio de línguas estrangeiras

Pros processos seletivos atuais, você já deve saber inglês desde o seu nascimento. Pedir mamadeira em inglês. Falar “momy” e “dady” ao invés de “mamãe” e “papai”. Não tem jeito, se gaguejar no inglês, tá fora.

Quanto ao domínio de uma segunda língua, o espanhol é bem relevante dado nosso continente ter países majoritariamente latinos, mas francês, alemão e mandarim são outras bastante estudadas.

Qual o indicador que eu tenho um domínio de língua considerado bom para uma possível aprovação? Você realizar um seminário técnico da faculdade, passar de forma clara todo o conteúdo, com amplo vocabulário e confiança na mensagem.

Não adianta jogar “nível fluente/nativo” no currículo e não conseguir fazer uma apresentação desse tipo.

A importância das soft skills

Esse foi o segundo tópico mais abordado no evento, que nada mais são do que o conjunto de comportamentos e atitudes que o profissional possui e serão o “como” ele realizará determinada tarefa e função. Enquanto a formação técnica (hard skill) é a base “do que” ele fará, o soft skill é o “como” ele executará e entregará seus resultados.

Um profissional de vendas pode ser o melhor vendedor do mundo, gerar um faturamento astronômico, mas pode ser péssimo de se trabalhar em equipe, de seguir ordens, não tem senso de comprometimento com a empresa, não tem ética etc.

Deu pra entender?

Nos últimos tempos temos ouvido falar bastante sobre esse tema, mas segundo o Fábio Martins, elas sempre foram exigidas. O diferencial hoje é que como a formação técnica não chama mais atenção, as soft skills se tornaram mais visíveis.

Antigamente, pela falta de profissionais no mercado aquecido, se a pessoa “ficou de pé e não babou” estava apta a assumir a posição. Hoje, as empresas buscam um profissional mais completo e com traços comportamentais que agregaram valor ao ambiente de trabalho.

O match de valores e cultura

O ponto mais comentado (disparado) foi sobre cultura empresarial e o encaixa que deve ter com o perfil do profissional.

Toda empresa possui uma cultura da porta pra fora e da porta pra dentro. O candidato deve pesquisar sobre essa cultura através da missão, visão e valores, programas sociais, material institucional e, principalmente, com o networking de profissionais que trabalhem lá.

Quanto mais claro o perfil da empresa estiver em sua cabeça, melhor será traçar estratégias para dinâmicas de grupo ou entrevistas de emprego, de modo que você veja similaridades entre você e a companhia.

Os recrutadores deixaram bem claro que não contratam mais profissionais que não tenham o perfil alinhado com a cultura da empresa, pois eles dificilmente vão durar muito tempo ali. A Jaqueline Fonseca deu o exemplo que entrevistou 33 candidatos pra 1 vaga e não conseguiu contratar ninguém, por mais que muitos deles fossem tecnicamente capazes.

Quando a empresa é multinacional, então, os desafios aumentam, pois quando a pessoa ingressa na empresa, está na verdade em solo estrangeiro. A Equinor e Total, por exemplo, possuem muitos profissionais noruegueses e franceses, e algumas equipes brasileiras trabalham reportando virtualmente para escritórios na Europa.

Se você já achava que era difícil passar na triagem de currículo, com essa novidade do fit cultural, as coisas ficaram bem mais difíceis.

O nível de planejamento, estudo e preparo para os processos estão cada vez mais exigentes, apesar da plateia mostrar que seu comportamento vai contra essa expectativa.

Espero que esse resumo gere reflexões quanto ao seu comportamento em oportunidades de emprego e que contribua para você conquistar a vaga dos seus sonhos.

Oi, prazer, eu sou o Chris.

Produzo conteúdo e cursos sobre oratória aplicada ao mercado de trabalho. Faço mentoring de jovens profissionais que desejam planejar uma carreira cheia de propósito e autoconhecimento, construir uma marca pessoal forte e mostrar diariamente todo seu potencial.

Deixe um comentário

You have to agree to the comment policy.