Quem sobe na vida não é o melhor profissional

Quem sobe na vida não é o melhor profissional

Vish, já comecei causando polêmica, né?

Você já teve a sensação (ou ouviu alguma pessoa falar) que alguns profissionais são contratados, promovidos, premiados ou reconhecidos sem serem os melhores naquilo de fato?

Há uma enorme diferença entre “ser muito bom” e “parecer ser muito bom”.

Qual dos dois perfis têm mais chances de ser visto em meio à multidão?

  1. Aquele que expressa suas ideias, tem capacidade de orquestrar recursos para colocá-las de pé e compartilha suas conquistas;
  2. Aquele introspectivo, que segue todas as regras do politicamente correto, executa com excelência o que lhe pedem, mas não gostam de causar muito barulho “para não atrapalhar os outros”;

Quer ver um exemplo típico do ambiente universitário?

Vamos supor que você seja um aluno dedicado; que estuda horas a fio; que se esforça resolvendo todos exercícios e tirando dúvidas na monitoria; tira notas boas e tem médias altíssimas; que faz cursos para se aperfeiçoar; e investe tempo lendo notícias e livros para aprofundar conceitos muito gerais.

E, como sempre, existem seus colegas “da turma do fundão”. Aqueles que matam aula para “tomar uma gelada” em plena terça-feira; faz networking com os veteranos para pegar as provas antigas que cairão de novo esse ano; que colam em todas as provas e nunca são pegos; e sempre têm uma lábia altamente articulada e sagaz para desenrolar os pontos necessários para não reprovar na matéria.

Quando chega na época de busca de estágio, eles “milagrosamente” são contratados mais rápido que você.

Isso dói demais! Eu passei por isso porque eu era o aluno dedicado.

E quase sempre será assim mesmo, viu? Aceita que dói menos.

Sabe o que a “turma do fundão” tem de diferencial? Eles têm o tal do “borogodó”, ou seja, a presença e magnetismo de um bom comunicador pessoal.

Um dia a casa cai

Eu sei que o próximo passo da discussão é entrarmos na polêmica do “um dia a casa cai”. Sabe que polêmica é essa?

Existem muitas pessoas por aí que não tem potencial intrínseco. Elas não são competentes no que fazem e se sobressaem às custas dos outros, por mera autopromoção barata. Um grande pastel de vento.

Só que uma coisa é você se aproveitar de uma oportunidade e outra coisa é você se manter nela. Quando começamos a trabalhar, todo santo dia, com uma pessoa pastel de vento, o lado ruim dela aparecerá mais cedo ou mais tarde. E aí, você frustrar expectativas é sempre pior que do que não superá-las.

Então, nesses casos, você não precisa se preocupar, porque, como diz uma tia minha, “um dia a casa cai”.

Se você tem potencial, busque seu lugar ao sol

E aqui está mais uma típica rotina corporativa:

Diretor: “Gostaria de te parabenizar pela ótima apresentação de hoje!”
Gerente: “Obrigado, senhor, mas a apresentação é uma cópia quase fiel do excelente trabalho da Fulana.”
Diretor: “Fulana, quem é Fulana?”
Gerente: “A analista que há 5 anos refez toda a ferramenta de relatórios gerenciais e aumentou a eficiência na nossa tomada de decisão em 40%.”
Diretor: “Nossa, nunca ouvi falar dela. A empresa está crescendo mesmo, né?”

Embora existam alguns pasteis de vento por aí, existem outros tantos talentos, mas que por serem muito tímidos e calados, não conseguem expressar todo seu potencial.

Eles sofrem para socializar, não mandam bem nos processos seletivos e, quando conseguem um emprego, ficam tão low profile que não são notados.

Eu era esse tipo de pessoa. Aqueles mais próximos de mim viam a qualidade do meu trabalho, elogiavam minha inteligência e forma de pensar. O problema era que essas pessoas se limitavam a um círculo pessoal e profissional muito pequeno e, que para o mercado de trabalho, não te me dava escala e visibilidade.

Eu passei os últimos 6 anos da minha vida estudando sobre comunicação pessoal e oratória, dando a cara a tapa para experimentar aquilo que aprendi e aprender ainda mais com meus erros.

Hoje sou uma pessoa muito melhor e satisfeita comigo mesmo, além de um profissional reconhecido no meu ambiente de trabalho e networking empresarial.

Comunicação é uma habilidade com a qual ninguém nasce sabendo, mas pode ser desenvolvida com estudo e, principalmente, muita prática. E quem sabe usar sai na frente, feliz ou infelizmente.

Na vida, nosso medo de errar não pode ser maior do que nossa vontade de dar certo. Porque para o mundo, você é o que a maioria das pessoas enxergam, dizem e entendem sobre você.

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