Zona de desconforto: onde os milagres acontecem

Zona de desconforto: onde os milagres acontecem

Sabe aquela frase motivacional “Os milagres acontecem fora da sua zona de conforto” que vemos por aí?

Pois é, estou contando com isso.

Dia 11/02/2019 começou um novo capítulo na minha carreira. Um capítulo que está fazendo picadinho da minha zona de conforto.

Minha carreira de engenheiro de petróleo não é muito convencional. Desde a faculdade, me interessei por startups, empreendedorismo, inovação aberta e geração de negócios. Dimensionar equipamentos e perfurar poços não é minha praia.

Após torrar muito neurônio pensando em estratégias e execução de uma carreira ligada ao empreendedorismo, cá estou como Business Hacker no braço de inovação aplicada da KPMG Brasil.

Mas eu não vim fazer propaganda da empresa e sim falar sobre 3 tópicos que venho (re)aprendendo nessa última semana. Minha ideia é compartilhar algumas reflexões e (quem sabe) ajudar aqueles que venham passar por algo similar.

1. Um carioca perdido no coração de São Paulo

De uma semana para a outra meu chefe chega e diz: “Surgiu projeto em São Paulo, topa ir para lá na semana que vem?”

Olha, em 26 anos de vida, eu saí do Rio de Janeiro pouquíssimas vezes, e agora estou morando em São Paulo. Estou me acostumando, mas não dá para não notar algumas coisas…

O metrô daqui é bem maior que o do Rio, muito mais frequente, muito mais linhas, mas ainda consegue ser muito mais lotado. Numa das estações de baldeação, tem um corredor de uns 200m de comprimento que me lembra a música “Vida de gado”do Zé Ramalho.

mindset daqui é diferente e mais diversificado. No Rio, um sexy shop geralmente é numa sobreloja, que você sobe uma escada apertada e acha que vai sair em outra dimensão no final, certo? Aqui eles ficam em pontos nobres, onde daria um ótimo McDonald’s com fila saindo pela porta.

Me passou a sensação de uma cidade com menos filtros, mais aberta e fluida em termos de cultura e formas de se expressar.

Por último é o trânsito… Nossa, que caos na Terra! Um trajeto simples demora uma eternidade. Tem ruas aqui que vivem em rush 24h por dia.

Para um garoto que gosta de ver o mar, ir andando pro trabalho e não gastar metade da vida no trânsito, vou seguindo firme na Teoria da Seleção Natural de Darwin (vive quem se adapta melhor ao meio).

2. Ohana significa família

Quem me conhece sabe que 2012 foi um ano traumático para mim, pois fui morar totalmente sozinho em uma cidade desconhecida e longe da minha família. Ano passado, minha mãe enfrentou um câncer mega agressivo e meus avós já andam com saúde debilitada.

Ficar longe deles está pesando cada vez mais… Quanto mais ocupo minha vida com trabalho, menos aproveito a vida com eles… Entendeu o dilema, né?

Minha reflexão nesse tópico é: as pessoas que você ama (e te amam de volta) não tem preço. Busque o equilíbrio para estar com elas o máximo de tempo porque fará falta lá na frente.

A música NÃO é “queria ter trabalhado mais, preenchido mais planilhas, ter feito horas extras”. Como está o seu epitáfio até agora?

3. Novos modelos mentais

Eu ainda estou empregado na KPMG, uma empresa centenária de auditoria e consultoria, onde o dress code é social e o home office foi regulado faz pouco tempo.

Só que em São Paulo, eu sou LEAP, uma aliança estratégica da KPMG com um ecossistema de startups chamado Distrito.

Primeiro choque de realidade: eu todo engomadinho no meio da galera de bermuda e camisetas descoladas.

O engomadinho formado em engenharia e que não sabe 1% de inovação comparado a uma Business Hacker formada em artes visuais e que fala gírias de TI com uma naturalidade que espanta.

Eu já participei de reuniões com altos executivos, sócios e tal, falando sobre “o business e o que os investidores querem”, mas o nível de pensar fora da caixa que essa galera daqui pensa é surreal.

Os caras transformam uma empresa de transformação química num marketplace de matéria prima, alinhada com experiência do cliente e crowdfunding.

Muita novidade em 1 semana como já deu para perceber. Aqui eu aplico o ensinamento de que que Deus nos deu duas orelhas e uma boca.

E vai ficar ainda mais louco. Isso é ritmo de startup. Inovação a todo momento.

Já tinha me esquecido de como era um ritmo tão acelerado de crescimento. Agora é tirar a ferrugem dos ossos e encontrar os milagres nessa zona de desconforto.

Se a vida estiver amarga, dá uma mexida que o açúcar fica no fundo.

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