A construção de um “momento wooooow”
Quem viu, viu. Quem não viu, deu muito tempo para ter visto ✌️
Vingadores: O Ultimato tem 3 “momentos wooooow”ao longo das suas 3 horas de filme. Enquanto alguns penam para construir unzinho se quer, esse blockbuster marcou uma geração e levou muitos fãs ao delírio e lágrimas.
Como criar um momento assim? Quais os ingredientes para um “momento wooooow”? E como aplicar no dia a dia do mercado de trabalho?
Então, já aviso – ALERTA DE SPOILER!
A morte da família do Gavião Arqueiro
Ainda estávamos incrédulos com a imagem de vários personagens queridos virando cinzas naquele final que desceu quadrado em Guerra Infinita, quando vemos quase que um déja vú logo de cara.
Campo de grama verde, solzão a pino, uma família bonita fazendo um piquenique. Um pai orgulhoso de sua filha no arco e flecha. Uma mãe cuidadosa preparando o lanche para seus filhos brincalhões.
Ouvimos uma pulsação no ar e partículas negras fluindo com o vento… Primeiro a filha. O pai olha para trás, chama seu nome, acha que ela se escondeu, dando um sorriso meio sem graça.
Ele se vira e também busca em vão pela mulher e filhos. Silêncio.
Em 30 segundos, vemos uma família harmoniosa, feliz e descontraída sumir e dar espaço a agonia de um pai sozinho, olhando em todas as direções e gritando desesperadamente pelas pessoas amadas.
Fica o sentimento amargo na boca de uma plateia que ainda não superou o filme anterior.
O martelo do Capitão América
Deu tudo errado!
Eles voltaram no tempo para recuperar as joias, a Viúva Negra morreu e ainda assim o Thanos conseguiu dar a volta por cima. O quartel general estava destruído, os Vingadores feridos e em desvantagem numérica perante o exército alienígena.
Homem de Ferro, Capitão América e Thor lutando de forma coreografada para derrotar Thanos. Tony Stark está apenas com metade da armadura, Steve Rogers todo ensanguentado com seu escudo rachado e o Thor tomando socos do Titã Louco.
Quando parecia que Thanos ia levar mais essa, o inevitável aconteceu! Capitão América se torna digno de manusear o martelo do Deus do Trovão em toda a sua glória.
Em 30 segundos, saímos de uma situação que nossos heróis estavam apanhando muito no fundo do poço para outra em que a esperança estava tão viva quanto os raios saindo daquele martelo.
A plateia aplaude enlouquecida e o entusiasmo volta com tudo.
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Eu sou o Homem de Ferro
O filme começa com um homem perdido no espaço, esquelético e sem esperança de sobreviver.
Evolui para um herói doente, descrente da vitória e com um discurso de ódio que beira o colapso nervoso.
Vemos um bilionário, playboy e filantropo que só pensava em si dizer que entre sua família e o mundo, ele escolheria sua família.
Vemos um filho com mágoas e rancor de um pai ausente se reconciliar ao ver (e sentir) os dois lados da moeda.
Vemos um gênio em sua dupla natureza, parte em sua armadura danificada e parte em sua carne machucada pela batalha, olhando nos olhos de uma audiência grudada nas poltronas e fazendo uma escolha difícil.
Com um estalar de dedos, 11 anos de história de um herói que aprendemos a amar se vão como cinzas ao vento.
Conseguimos ouvir soluços de crianças e adultos, todos chorando como crianças.
O que aprendemos com tudo isso?
Emoção.
Não importa qual mensagem você esteja entregando em sua comunicação, sem conexão emocional não tem como criar um “momento wooooow”.
Nos 3 exemplos acima, o “wooooow” aparece devido a uma grande quebra de sentimentos/expectativas.
- De harmonia, união e felicidade para vazio, desespero e solidão;
- De falta de esperança para entusiasmo e poder;
- De… Sei lá… Eu ainda não superei essa, vai…
Viu como é poderoso? Quais momentos você se recorda de sentir o mesmo? Eles não ficam guardados na memória com mais facilidade do que outros que não tem a mesma carga emocional?
Pois bem, quando quiser passar uma mensagem que deva permanecer na mente de determinado público, coloque uma grande carga emocional. Faça a ideia grudar como um post-it na mente, em que a cola é a conexão emotiva envolvida na experiência do momento.
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Momentos motivacionais se encaixam perfeitamente. Quando sua equipe estiver para baixo, quando um membro não se sentir bom o bastante ou quando tiver um desafio grande pela frente, desperte as emoções corretas para trazer o pessoal de volta ao jogo.
Não se resume apenas a palavras bonitas. Mostre histórias conhecidas e simples de visualizarem. Olhe nos olhos. Coloque o peso certo na voz. Use o silêncio para dar a cadência necessária para a absorção.
Vingadores: O Ultimato fez isso tudo conosco (3 vezes em 3 horas) e nós nem percebemos.
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